Dados da Worldsteel mostram que China ampliou volume próprio em 5,2%; Brasil teve retração de 4,9%, bem mais suave que o tombo de 17,2% dos EUA 

A siderurgia mundial encerrou o ano passado com uma queda relativamente pequena, de 0,9%, na produção de aço bruto, considerando o cenário de pandemia de covid-19 que afetou a economia a partir do início de 2020.

De acordo com dados publicados nesta terça-feira em Bruxelas pela World Steel Association (Worldsteel), cujos membros respondem por 85% do volume produzido globalmente, o total do ano foi de 1,86 bilhão de toneladas de aço.

A China, diferentemente da maioria dos países, registrou crescimento de 5,2%, alcançando 1,53 bilhão de toneladas. Com dados revisados, em 2019 a siderurgia do país havia fabricado 1,001 bilhão de toneladas em suas usinas.

Apesar da pandemia — o surto do novo coronavírus surgiu na China no fim de dezembro de 2019 —, a produção de aço do país foi levemente afetada até fevereiro. De março em diante, as siderúrgicas locais passaram a operar com utilização elevada da capacidade, chegando a dezembro com 92% de ocupação de suas linhas de produção.

Esse desempenho inesperado, com maior demanda de minério de ferro para alimentar os fornos das usinas, aliado a dificuldades de oferta de países produtores da matéria-prima, como o Brasil, fez com que os preços da commodity chegassem a próximo de US$ 180 a tonelada. A cotação do produto fechou o ano em US$ 160,47, alta de 74% no ano.

Com esse volume de produção, a participação da siderurgia chinesa no total da produção mundial passou de 53,3%, em 2019, para 56,5% no ano passado. É de longe a maior potência mundial da indústria do aço.

Outros países de destaque são a Índia, que fechou o ano com 99,6 milhões de toneladas — uma queda de 10,6% na comparação com 2019 — e o Japão, que amargou retração de 16,2% ao produzir 83,2 milhões de toneladas de aço bruto.

A União Europeia, cujo principal produtor é a Alemanha, teve um decréscimo de 11,8% na comparação com o ano anterior, perfazendo 138,8 milhões de toneladas. A siderurgia alemã contribuiu com 35,7 milhões de toneladas — menos 10%.

Na América do Norte, os Estados Unidos, fortemente afetados pela pandemia, registraram recuo de 17,2% na produção, que encerrou o ano em 72,7 milhões de toneladas.

No sul do continente americano, a siderurgia brasileira acabou se recuperando ao longo do ano e fechou 31 de dezembro com retração de 4,9%. O país produziu 31 milhões de toneladas de aço bruto. Na América do Sul, incluindo o Brasil, a queda foi de 8,4%.

No ranking mundial, as dez nações maiores produtoras são a China, seguida por Índia, Japão, Rússia, Estados Unidos, Coreia do Sul, Turquia, Alemanha, Brasil e Irã.

 

Fonte: Valor