Após o grande processo de globalização que teve início em 1980 especialistas indicam que o Brasil não aproveitou a oportunidade da mesma forma que outros países emergentes e cresceu menos que os demais em cerca de 20%. Além disso, nossas exportações ficaram concentradas em bens primários e os produtos manufaturados não alcançaram espaços significativos como se previa (ou poderia), principalmente por fatores de políticas públicas e oneração excessiva de carga tributária e falta de projetos voltados para o crescimento da indústria nacional.

Entretanto, segundo matéria do Valor Econômico, tem-se agora um novo movimento acontecendo que pode dar uma nova chance ao crescimento das negociações internacionais das empresas do país e aumentar as exportações. O mundo vive um novo ciclo de confronto entre superpotências econômicas, agora China e EUA representando de um lado as potências emergentes e de outro as já estabelecidas. Essa situação faz com que empresas do Ocidente busquem diminuir a dependência das altas tecnologias e dos produtos chineses para encontrar fornecedores ou parte de sua produção em países mais “amigáveis” ou próximos.

Diante dessa realidade, alguns especialistas apostam em um processo de desglobalização outros acreditam que haja apenas um reajuste do que houve nas últimas décadas, o que importa é que as oportunidades começaram a se abrir para o país, como por exemplo, quando no início do mês de outubro uma delegação americana veio ao país para negociar a produção de chips que normalmente seriam produzidos na China. A comitiva também aproveitou a visita
para discutir o repasse de tecnologia e financiamento em reunião na Universidade de São Paulo (USP).

Outro exemplo é o anúncio da China de restrição ao grafite, um dos componentes fundamentais das baterias de carros elétricos, exigindo licenças prévias para exportação, o que pode limitar as negociações externas. As empresas chinesas estão à frente das demais pois representam 67% da produção global, por isso à restrição de remessas do produto representa grande impacto ao setor. O Brasil, como terceiro maior produtor de grafite, pode aproveitar para conquistar uma fatia desse mercado que o país asiático pensa em descartar.

Ainda há muito a se avançar, mas o papel da Abimetal, do Sicetel e de todas as associações representativas da indústria brasileira é ficar atento às mudanças no mercado mundial e oferecer alternativas viáveis para esse reposicionamento e cobrar do governo, cada vez mais, políticas que possam dar competitividade e valorizem a produção nacional.

Eventos ocorrem simultaneamente entre os dias 3 e 5 de outubro, em São Paulo, e abrem oportunidades para novos negócios e investimentos em tubos, válvulas, bombas, fios e cabos 

Já começaram os preparativos para a realização da 12ª Tubotech – Feira Internacional de Tubos, Válvulas, Bombas, Conexões e Componentes e da 6ª wire South America – Feira Internacional de Fios e Cabos apontando para importantes novidades e ótimas expectativas do mercado. É o caso das novas áreas de Laser e de Solda da Tubotech, com a participação de fabricantes nacionais e internacionais, além de fornecedores de equipamentos e prestadores de serviços em manufatura dos respectivos segmentos. Para a wire South America, realizada simultaneamente à Tubotech, são esperadas mais de 100 marcas expositoras. 

As Feiras acontecem entre os dias 3 e 5 de outubro, no São Paulo Expo Exhibition & Convention Center, em São Paulo, com organização e promoção da Fiera Milano Brasil. 

De acordo com Maurício Duval Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil, “a retomada da Tubotech e da wire South America depois da pandemia chega em ótimo momento, pela grande importância na geração de negócios, networking entre profissionais e especialistas do mercado, além de proporcionar um ambiente de atualização e de contato com o que há de mais recente no que diz respeito à tecnologia, gestão e prestação de serviços”.  

Para o presidente executivo da ABIMEI – Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais, Paulo Castelo Branco, há excelente expectativa entre os profissionais do mercado. “Os clientes finais estão querendo conhecer as novas tecnologias disponíveis no mercado global e estão notando a necessidade de fazerem investimentos em máquinas e equipamentos novos para aumentar a produtividade e competitividade de suas indústrias”. 

Ainda de acordo com Castelo Branco, o mercado brasileiro está demonstrando interesse em investimento em novas máquinas e equipamentos, “mesmo com a atual política do governo ainda indefinida sobre vários aspectos”, complementa. 

A Tubotech vai reunir  fabricantes, distribuidores e prestadores de serviços das áreas de tubos, válvulas, bombas e motobombas, conexões, máquinas e equipamentos e uma série de outros componentes e acessórios. O evento apresentará ainda alta tecnologia, inovações e as últimas tendências e soluções para um público altamente qualificado, formado por profissionais dos setores de petróleo, gás, automotivo, construção civil, moveleiro, químico, petroquímico, farmacêutico, bebidas e infraestrutura, mineração, entre muitos outros.