É verdade que existe, há muitos anos, uma expectativa natural do brasileiro, principalmente do industrial, pela Reforma Tributária. Para quem acompanha política e economia, já viu entrar e sair muitos governos com a promessa de realizar mudanças na área tributária, mas até agora ficamos somente no discurso.

Agora, mais uma vez, foi apresentada, na Câmara Federal, a proposta do texto de mudança na Constituição e chega-se a primeira fase da discussão. Pode até ser demasiado otimismo, mas nunca se viu tamanha disposição do Congresso e do Governo Federal para fazer o projeto acontecer.

O Ministro da Economia, Haddad, declarou que não pode haver concessões e que os reflexos devem ser sentidos a médio e longo prazo “Os impactos da Reforma são diluídos no tempo… ao diluir no tempo ninguém está pensando no próprio umbigo, está pensando no país”, defendeu Haddad. Isso seria, no mínimo o óbvio, mas para nossos parlamentares é um sacrifício bastante grande não olhar somente para interesses pessoais ou político-partidários.
Após o anúncio da Volkswagen suspender a produção temporária de veículos no Brasil, a Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que a única resposta que pode ser dada à paralisação é a Reforma e acredita que “a Reforma nunca esteve tão madura”.

Sim ministra, como você percebeu, esse é mais um dos inúmeros recados que a classe empresarial está dando para o país: estamos sendo asfixiados ano após ano e já não temos mais fôlego para seguir se nada for feito!
Enquanto isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) mantém a taxa Selic, com juros básicos da economia nos 13,75% a.a, e continua a nos sufocar, entretanto, segundo a nota dessa vez, há esperança para começar a baixar a parir do mês de agosto, já que em julho não há reunião.

Enquanto isso, nós industriais, seguimos pagando altos impostos que demonstram claramente a injustiça de um sistema tributário arcaico e vantajoso apenas para alguns, mas, dessa vez, com a firme esperança de haver uma luz brilhante no fim desse túnel que já estamos exaustos de percorrer no escuro.

Ricardo Martins,
Presidente da Abimetal e do Sicetel