Os resultados da pesquisa Sondagem Industrial da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) para julho de 2024 indicam desempenho favorável na produção tanto para a indústria geral, quanto para os setores processadores de aço (indústria metalúrgica e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos).

O índice de evolução da produção industrial (indústria de transformação e extrativa) registrou 54,3 pontos em julho de 2024, ante 48,7 em junho. Os índices usados para mensurar o desempenho são construídos de maneira que valores acima de 50 pontos indicam aumento em relação ao mês anterior, valores abaixo de 50 indicam retração. Quanto mais distante de 50, mais intensa é a variação do indicador. Este avanço do índice indica expansão da produção em julho, interrompendo dois meses de queda.

A Utilização da Capacidade Instalada da indústria geral avançou 1% na comparação com maio, atingindo 71%. O índice do número de empregados registrou 51,3 pontos, indicando contratação de mão-de-obra. Em junho, este indicador havia registrado estabilidade.

Para a produção da indústria no corte regional, o mês de julho apresentou valores superiores a 50 pontos para as cinco regiões, sendo que, somente o Centro-Oeste se encontrava nesse patamar de expansão em junho. Na avaliação por porte da empresa, a produção avançou para as três categorias (pequena, média, grande), sendo que todas se encontravam em patamares inferiores a 50 pontos desde abril.

Os setores processadores de aço, defendidos pela Abimetal-Sicetel estão inclusos em duas categorias: metalurgia e fabricação de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos). Ambos apresentaram valores superiores a 50 pontos pela primeira vez no ano. A metalurgia registrou 51,9 pontos, enquanto os produtos de metal atingiram 51,5. Estes valores são superiores aos verificados em julho de 2023: 44,3 e 47,3, respectivamente.

Com relação ao emprego, ambos setores ainda se encontram abaixo de 50 pontos. A metalurgia registrou 47,6 pontos e os produtos de metal, 48,7. Este último setor se registrou 51,4 pontos em junho. Este é um indicativo de que a expansão da produção em julho foi insuficiente para impulsionar o emprego nestes setores.

A utilização da capacidade instalada reflete que a melhora recente não foi suficiente para superar os níveis de produção anteriores. O índice para a metalurgia se encontrou em 68% em julho de 2024, mesmo valor que um ano antes. Para os

produtos de metal, o valor de 67% em julho de 2024 foi inferior ao de 69% de julho de 2023.

O índice de expectativas de investimento da metalurgia avançou de 43,1 em julho para 49,5 em agosto. Já os produtos de metal recuaram de 52,5 para 52,2. As expectativas de demanda avançaram na metalurgia, saindo de patamar negativo para 52,4) e recuaram para os produtos de metal (54,2 para 53,7), apesar de se manter acima de 50 pontos.

Os resultados da sondagem retratam uma melhora para a indústria em julho, incluindo os setores processadores de aço, que vêm sofrendo com a forte entrada de produtos importados, especialmente da China. Curiosamente, a Sondagem Industrial parece retratar um quadro mais negativo para a produção que a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE. A pesquisa da CNI apresentou um quadro de retração em junho, enquanto a pesquisa do IBGE trouxe evidências de expansão. Portanto, os resultados de julho da Sondagem são um indicativo adicional de melhora da indústria, incluindo os setores processadores de aço. Entretanto, para estes setores especificamente, resta a dúvida de quanto dessa melhora ocorreu das dificuldades com as importações, devido aos elevados preços dos fretes e a desvalorização cambial. Estes dois fatores já apresentaram reversão desse comportamento em agosto.

   

A Abimetal e o Sicetel estão cada vez mais atentos às práticas de importação ilegais e/ou produtos falsificados, representando as associadas e cumprindo nosso papel na atuação em defesa da indústria nacional. Por intermédio do Departamento de Defesa Comercial, realizamos denúncias e atuamos para coibir práticas que ferem a legislação, reportando à Receita Federal situações importantes para que sejam feitas as devidas apurações.

As indústrias associadas informam essas situações para que a Abimetal possa encaminhar os relatos.

Nesse mês, nos deparamos com algumas notícias sobre a fiscalização e, mais recentemente, sobre o uso de peças adulteradas de motocicletas vendidas no mercado clandestino, colocando em risco a vida dos usuários devido à qualidade inferior e à falta de certificação, comprometendo, a segurança dos motoqueiros e de pedestres ou motoristas que podem estar trafegando ao redor.

Recentemente, foram destruídos pela Receita Federal mais de 12 mil kits de transmissão sem certificação do Inmetro pela Receita Federal, material apreendido durante uma operação em São Gonçalo do Amarante.  A apreensão foi resultado de uma ação da Abimetal, por meio do Diretor de Defesa Comercial, DEFCOM, Eduardo Ribeiro que participou de diversas entrevistas, inclusive na Rede Globo, para explicar a situação e a importância de nossa atuação.

Em entrevista à Rede Globo o advogado explica como o uso dessas peças podem causar riscos à saúde dos condutores, além de impactar negativamente a economia!

Além das denúncias, a fiscalização também se faz necessária para impedir que os materiais não certificados cheguem ao mercado, já que além do risco à vida, eles também causam prejuízos inestimáveis para a indústria nacional, para a economia como também impacta na geração de empregos, tendo em vista a concorrência desleal.

O comércio ilegal impacta negativamente a economia, resultando na perda de cerca de R$25 milhões em impostos e tributos.

A prática de vícios ocultos, falsificação ou importações subfaturadas é muito grave, pois além de dar prejuízo à economia nacional e ao mercado que trabalha regularmente e dentro das leis, é uma forma de enganar o consumidor, pois vende uma qualidade que não possui ou anuncia um produto que não corresponde à realidade. Não entrega o que vende.

A Abimetal, como entidade representante das indústrias processadoras de aço e o Sicetel, Sindicato Nacional da Indústria de Trefilação e Laminação de Metais Ferrosos já tinha alertado sobre a ausência de certificação do Inmetro no lote 218 do edital de leilão da Receita Federal, solicitando a suspensão até que fosse comprovada a conformidade com as normas de certificação.

Atuamos em defesa da indústria nacional e para garantir medidas em defesa do setor, da economia e da segurança da população.