As indústrias metalúrgicas no Brasil vêm apresentando fraco desempenho por um longo período, que, inclusive, precede a forte recessão vivida pelo país em 2015-2016. Seu pico histórico de produção ocorreu em julho de 2008 (série dessazonalizada), de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) do IBGE, um patamar 37,5% superior ao verificado para o dado mais recente (dezembro de 2023).
Os setores das indústrias processadoras de aço defendidas pela Abimetal e Sicetel também vem sofrendo dificuldades, que se traduzem nos números da sua força de trabalho. Depois de atingir um pico em 2010 com 37.600 trabalhadores, as empresas reduziram o número de trabalhadores para 26.823 em 2023, de acordo com dados da RAIS e CAGED. Isso corresponde a uma redução de quase 29% da força de trabalho, refletindo a perda de dinamismo do setor, em linha com o desempenho apresentado pela indústria metalúrgica como um todo.
Com relação ao desempenho recente, após atingir um ponto mínimo em 2019, com 23.002 empregados, o setor apresentou alguma recuperação, aumentando sua força de trabalho para 26.998 empregados em 2022. Entretanto, o ano de 2023, caracterizado por um aumento de 20% do volume de importações dos produtos do setor, foi decepcionante, o que resultou em ligeira redução no número de empregados. Do total de importações, 50% do volume teve como origem a China.
Essa forte entrada de produtos importados tende a continuar em 2024, em especial com o processo deflacionário no referido país asiático. Isso sugere mais um ano desafiador para o setor no Brasil.