Produção da Indústria Processadora de Aço cresce em abril

A indústria processadora de aço cresceu em abril de 2024, na comparação com março, de acordo com os resultados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, a cargo do IBGE. Na série dessazonalizada, a produção da metalurgia cresceu 1,4% em abril frente a março, enquanto o indicador para os produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) variou 1,3% no mesmo período. Estes resultados revertem as quedas verificadas em março frente a fevereiro, revisadas para -2,5% e -2,6%, respectivamente.

Quando a análise se estende por prazos mais longos, o desempenho dos processadores de aço é pior. No acumulado do ano (janeiro a abril de 2024), frente a igual período do ano passado, a produção metalúrgica está estagnada, enquanto os produtos de metal ainda crescem 2,4%. Na variação acumulada dos últimos 12 meses frente aos 12 meses imediatamente anteriores, ambos setores apresentam desempenho negativo: -1,6% e -1,3%, respectivamente.

Este crescimento dos processadores de metal veio na contramão da produção industrial geral, que recuou 0,5% em abril frente março, resultado negativo devido à queda da indústria extrativa (-3,4%), enquanto a indústria de transformação cresceu 0,3%. No acumulado do ano, a indústria cresce 3,5%, com avanço de 3% da extrativa e de 3,6% da indústria de transformação.

Analisando-se a indústria de transformação, 18 dos 24 setores apresentaram crescimento da produção em abril frente a março, enquanto no acumulado do ano são 19 setores com valores positivos. No acumulado de 12 meses, somente 10 setores apresentaram crescimento.

Estes resultados indicam um começo de ano mais favorável que o mesmo período do ano passado, resultado corroborado pela alta de 2,5% do PIB e de 1,5% da indústria de transformação no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período de 2023. Na comparação com o último trimestre de 2023, o PIB cresceu 0,8% e a indústria de transformação, 0,7%. Estes resultados positivos já devem decorrer, ao menos parcialmente, das quedas recentes das taxas de juro, além do desempenho favorável do consumo das famílias e do emprego. Outro destaque positivo do PIB foi o desempenho dos investimentos, que apresentaram crescimento de 4,1% no primeiro trimestre, frente ao trimestre anterior.

A partir de maio, os indicadores deverão apresentar o efeito negativo das chuvas do Rio Grande do Sul, que afetou diversos setores indústrias, inclusive levando à paralisação de diversas plantas automotivas no país devido à falta de autopeças. Adicionalmente, o ciclo de queda das taxas de juros deverá ser interrompido em patamares próximos aos 10%, comparado aos 9% ao final do ano esperado pelo mercado há algumas semanas.