Produção da Indústria Metalúrgica recua novamente em março de 2024
Publicado em 21/05/2024O índice de evolução da produção industrial (indústria de transformação e extrativa) registrou 51 pontos em março de 2024, o que indica aumento frente ao mês anterior, de acordo com a Sondagem Industrial da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Os índices usados para mensurar o desempenho são construídos de maneira que valores acima de 50 pontos indicam aumento, valores abaixo de 50 indicam retração. Quanto mais distante de 50, mais intensa é a variação do indicador.
A CNI ressalta que, apesar do resultado positivo, o indicador se encontra 0,2% abaixo da média histórica para março (51,2 pontos). O indicador também registra quedas na produção em oito dos últimos 12 meses. A Utilização da Capacidade Instalada apresentou estabilidade na comparação com fevereiro, mantendo o patamar de 68%, valor levemente inferior a março de 2023 (69%).
Os setores processadores de aço defendidos pela Abimetal-Sicetel continuaram a apresentar fraco desempenho, inferior ao verificado para o total da indústria. O índice de produção da indústria metalúrgica para março registrou 48 pontos. Em 10, dos últimos 12 meses, o setor apresentou índices inferiores a 50, indicando queda na produção frente ao mês anterior.
A CNI também divulgou as respostas do questionário trimestral sobre os principais problemas apontados pelas indústrias. Neste questionário, o industrial aponta os três principais problemas para sua empresa. Os resultados mais recentes (primeiro trimestre de 2024) indicam que o maior problema continua sendo a elevada carga tributária (35,7%), seguida da demanda interna insuficiente (30,6%) e falta ou alto custo de matéria-prima (19,6%). Outros fatores com pontuação expressiva são a falta ou alto custo de trabalhador qualificado (19,1%), altas taxas de juros (18,9%) e competição desleal (17,1%).
A pesquisa da Sondagem Industrial também trouxe uma melhora das expectativas dos industriais (mês de referência dessas variáveis é abril) com relação a demanda, compras, investimentos e investimento. Resta saber se estas se converterão em realidade após as instabilidades recentes da economia mundial (inflação mais forte nos EUA), tensões geopolíticas e incertezas com relação às políticas fiscal e monetária aqui no Brasil.