PIB da Indústria de Transformação recua 1,3% em 2023

Os resultados para a indústria não acompanharam o nível de crescimento da economia brasileira em 2023. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,9% em 2023, de acordo com dados divulgados pelo IBGE. Analisando o lado da oferta, houve crescimento de 15,1% da Agropecuária, 2,4% dos Serviços e 1,6% da Indústria.

Das quatro categorias da Indústria, a Extrativa e Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos cresceram 8,7% e 6,5% em 2023, respectivamente. Entretanto, as outras categorias registraram retração. A Indústria de Construção fechou o ano com queda 0,5%. A Indústria de Transformação apresentou o pior desempenho, com queda de 1,3%.

Na comparação com o trimestre anterior (com ajuste sazonal), o PIB do quarto trimestre de 2023 apresentou estagnação. A Agropecuária sofreu queda de 5,3%, enquanto os serviços cresceram 0,3% e a Indústria, 1,3%. O desempenho positivo da Indústria no quarto trimestre foi influenciado pelo setor extrativo (4,7%), Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (2,8%) e Construção Civil (4,2%). Entretanto, a Indústria de Transformação continuou a apresentar fraco desempenho (queda de 0,2%).

O ano de 2023 fechou com um crescimento surpreendente quando comparado às estimativas do começo daquele ano (crescimento de 0,8 no relatório Focus de 06 de janeiro de 2023). Este resultado contou com excepcional crescimento da Agropecuária, especialmente no primeiro trimestre, que avançou 20,9% frente ao quarto trimestre de 2022).

Do lado da Demanda, contribuíram positivamente ao crescimento anual o Consumo das Famílias (3,1%) e do Governo (1,7%) e Exportações (9,1%). As importações retraíram 1,2%. Entretanto, a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou forte queda de 3% no ano. Este último resultado contribuiu para a queda dos Investimentos como proporção do PIB: de 17,8% em 2022 para 16,5% em 2023.

Apesar do resultado anual negativo, a Formação Bruta de Capital Fixo voltou a crescer no quarto trimestre na comparação com o trimestre anterior: 0,9%. Isto se deu após quatro trimestres de queda. Para 2024, este componente pode ser impulsionado pela queda nas taxas de juros e programas anunciados pelo Governo, como a Nova Indústria Brasil, a Depreciação Acelerada e obras de Infraestrutura.

Para a Indústria de Transformação, 2023 foi novamente um ano decepcionante, apresentando desempenho inferior ao de outros componentes e mesmo dentro da própria indústria. O ano passado foi marcado pela forte entrada

de produtos importados, especialmente oriundos da China. Para 2024, as perspectivas continuam desfavoráveis, tendo em vista o recente fenômeno deflacionário observado no país asiático.