O crescimento do PIB não reflete a realidade da indústria, que tem queda de 0,6% na produção industrial
Publicado em 27/08/2023Economistas comemoraram a última divulgação do PIB referente ao 2º trimestre, que teve resultado acima das expectativas, enquanto o esperado era de +0,3% o registo foi de +0,9%.
Apesar da interrupção das sequências de três trimestres de quedas consecutivas na indústria de transformação, o resultado segmentado demonstra outra realidade e constata muitos desafios para o setor, principalmente devido às últimas quedas.
É notório que a indústria geral ganhou força em todos os segmentos, inclusive na indústria de transformação, entretanto, o cenário ainda é desafiador, pois enquanto a indústria extrativa cresceu +1,8% a de transformação ficou em +0,3%, o que não reverteu quedas anteriores, principalmente devido aos efeitos negativos da política monetária contracionista.
Em relação ao acumulado do ano, jan-jul/23 comparado a jan-jul/22, a indústria geral registra queda de 0,4%. Entre as categorias econômicas, bens de capital mantém uma variação negativa de 10,8% na mesma comparação. O setor vem sendo pressionado pelas reduções observadas em setores mais sensíveis ao alto custo do crédito, como a fabricação de bens de capital para energia elétrica (-28,0%), para fins industriais (-8,6%) e para equipamentos de transporte (-6,1%). Ainda no terreno negativo, o setor de bens intermediários registra queda de 0,5%.
A redução da produção industrial brasileira em 0,6%, entre junho e julho de 2023, reflete os efeitos do aperto monetário e das condições financeiras restritivas, o que interfere nas decisões de consumo e investimento da economia.
O resultado no mês foi puxado pela indústria extrativa (-1,4%) e pela indústria de transformação (-0,4%). Na comparação do resultado de julho de 2023 com o mesmo período do ano passado, houve recuo de 1,1%. No acumulado em 12 meses até julho, a produção industrial registra estabilidade – Gráfico 1.
A Fiesp mantém a projeção de queda de 0,5% da produção industrial em 2023 e reforça a necessidade de uma redução consistente da taxa de juros, além de dar continuidade à aprovação da reforma tributária com alíquota máxima de 25%.