Faturamento real da Indústria de Transformação avança 1,5% em abril

O faturamento real da indústria de transformação, que inclui 21 setores, avançou 1,5% em abril de 2024 frente ao mês anterior, na série dessazonalizada, de acordo com os Indicadores Industriais reportados pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Também houve avanço de 2,4% nas horas trabalhadas na produção. Os dados de emprego e rendimento médio real, por sua vez, tiveram quedas de 0,3% e 2,5%, respectivamente.

Na comparação de abril com o mesmo mês de 2023, o faturamento real aumentou 12,2%. O resultado positivo dessa variável também ocorre para o acumulado do ano até abril, com crescimento de 2,4%% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Apesar da melhora desses indicadores para 2024, o desempenho em prazos mais longos ainda é negativo: no acumulado dos últimos 12 meses frente aos 12 meses anteriores, o faturamento real da indústria de transformação ainda recua 2,2%.

As variáveis relacionadas ao emprego e rendimento médio real, por sua vez, mantiveram saldo positivo para o primeiro quadrimestre. Na comparação com o mesmo período de 2023, essas variáveis cresceram 1,3% e 3,5%, respectivamente.

Para os setores processadores de aço defendidos pela Abimetal-Sicetel, o mês de abril apresentou resultados positivos. O faturamento real da metalurgia teve aumento de 14,5% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2023. Este resultado segue um mês de março com queda de 11,5% frente ao mesmo mês do ano anterior. Entretanto, o resultado positivo de abril não foi suficiente para reverter o resultado negativo do primeiro quadrimestre, que ainda recua 2,1%, na comparação com os quatro meses iniciais de 2023. No acumulado de 12 meses, o desempenho da metalurgia evidencia problemas mais graves enfrentados pelo setor: o faturamento real da metalurgia cai 11%.

Em contrapartida, o setor produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) vem apresentando desempenho mais favorável neste ano. Em abril de 2024, houve crescimento de 16,8% do faturamento real em relação ao mesmo mês de 2023. No primeiro quadrimestre, o crescimento foi de 7,7% frente ao mesmo período do ano passado. O desempenho positivo em abril permitiu reverter o resultado acumulado dos últimos 12 meses em comparação com os 12 meses anteriores, passando de -1,7% em março para 0,1% em abril.

Com relação ao emprego, a metalurgia recuou 3,6% e 3,1% nas comparações de abril e do 1º quadrimestre em 2024, em relação aos mesmos períodos de 2023, respectivamente. Os produtos de metal tiveram melhor desempenho para essas duas comparações: 2,6% e 5,7%, respectivamente.

A Utilização de Capacidade Instalada (UCI) também trouxe notícias positivas. A metalurgia subiu de 64,9% em março para 73,2% em abril. Este patamar é superior ao verificado em abril de 2023 (69,5%). Para os produtos de metal, houve melhora, com o UCI saltando de 78,9% em março para 81% em abril 2024. Como comparação, em abril de 2023 este indicador se encontrava em 75,5%.

Os primeiros meses de 2024 trouxeram algumas notícias positivas para a indústria de transformação e, mais especificamente, os setores processadores de aço. Resta a dúvida quanto a dimensão do impacto das fortes chuvas no Rio Grande do Sul em maio, que já afetou diversos segmentos no país inteiro, como automobilística.

Os setores processadores de aço ainda apresentam desempenho fraco quando avaliamos prazos mais longos. Mesmo que haja alguma recuperação em 2024, estes setores ainda estão distantes de patamares atingidos antes da forte recessão brasileira de 2015-2016. Mais grave é o caso da metalurgia, cujo indicador de faturamento se encontra em 67,2 pontos, valor distante do pico de 107,6 verificado em junho de 2013.