O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), elaborado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), registrou queda em 17 dos 25 setores da indústria de transformação em junho de 2024, na comparação com o mês anterior. Entre estes setores, estão as categorias processadoras de metal defendidas pela Abimetal-Sicetel: metalurgia e os produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos). O primeiro destes caiu de 50,1 para 48,4 pontos, enquanto o segundo de 50,2 para 49,8. Os índices são construídos de forma que valores superiores a 50 indicam otimismo e abaixo deste patamar, pessimismo.

O comportamento negativo do índice também se refletiu na confiança da indústria como um todo caiu em maio de 52,2 para 51,4 pontos. Dois dos componentes da indústria geral – extrativa e transformação – também recuaram. A primeira de 56,9 para 55 e a segunda de 51,8 para 51,1. O outro componente, a indústria da construção, teve aumento da confiança, de 51,7 para 52,9 pontos.

Analisando-se as categorias da indústria da indústria de transformação, somente 11 dos seus 25 setores ainda se mantém em campo otimista. Entretanto, o otimismo ocorre devido ao efeito do componente das expectativas, que se encontra acima de 50 pontos para 23 setores. Os resultados do outro componente, as condições atuais, trazem um quadro pessimista generalizado, em que 23 dos 25 setores da indústria de transformação se encontram abaixo dos 50 pontos.

Os setores processadores de aço defendidos pela Abimetal-Sicetel apresentaram nova piora de seus índices de condições atuais na comparação de junho com maio. Trata-se do terceiro mês consecutivo de queda para ambos os setores. A metalurgia caiu de 43,8 para 43,1, enquanto indicador para os produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) saiu de 43,9 para 43,3. O fraco desempenho destes setores está refletido no fato de que seus indicadores de condições atuais permanecem em território pessimista desde janeiro de 2023.

As expectativas dos processadores de aço também se deterioraram em junho. A metalurgia recuou de 53,2 para 51,1, enquanto o índice dos produtos de metal saiu de 53,4 para 53,1.

O mês de junho reflete uma piora generalizada da confiança dos empresários industriais. Parte deste resultado negativo não decorre simplesmente das chuvas do Rio Grande do Sul, pois o índice para aquela região registrou leve melhora (47,4 em maio para 47,9 pontos em junho). Importante fator é a deterioração das expectativas, em que 19 dos 25 setores da indústria de

transformação e a indústria extrativa apresentaram quedas. Alguns possíveis fatores para tal comportamento estão o fim do ciclo de corte de taxas de juros pelo Banco Central, bem como as incertezas com relação à dinâmica das contas públicas e a revisão das metas fiscais para este ano.

Os resultados da pesquisa Sondagem Industrial da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) para maio de 2024 indicam quedas na produção tanto da indústria geral, quanto para os setores processadores de aço (indústria metalúrgica e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos.

O índice de evolução da produção industrial (indústria de transformação e extrativa) registrou 47,4 pontos em maio de 2024, o que indica queda frente ao mês anterior, de acordo com a Sondagem Industrial da Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Os índices usados para mensurar o desempenho são construídos de maneira que valores acima de 50 pontos indicam aumento em relação ao mês anterior, valores abaixo de 50 indicam retração. Quanto mais distante de 50, mais intensa é a variação do indicador. Esta retração ocorre após dois meses de leve alta em março e abril.

A CNI ressalta que maio normalmente é um mês negativo para a produção, mas o resultado em 2024 foi de queda mais intensa. O indicador também registra quedas na produção em oito dos últimos 12 meses. A Utilização da Capacidade Instalada recuou 1% na comparação com abril, atingindo 69%. Também houve recuo do emprego em maio, com o índice atingindo 49 pontos. Esse desempenho negativo já é decorrente, ao menos em parte, das fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul. O índice de produção saiu de 52,6 em abril para 39,6 em maio para a Região Sul. Adicionalmente, a Região Sudeste também apresentou queda, com valor de 48,2 pontos em maio, revertendo o comportamento positivo dos dois meses anteriores.

Os setores processadores de aço defendidos pela Abimetal-Sicetel continuaram a apresentar fraco desempenho, inferior ao verificado para o total da indústria. O índice de produção da indústria metalúrgica para maio registrou 46,1 pontos. Em 11 dos últimos 12 meses, o setor apresentou índices inferiores a 50, indicando queda na produção frente ao mês anterior. O índice de empregados também apresentou queda em maio para 47,2 pontos, após três meses de alta.

O índice de produção para produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) recuou para 45,2 pontos em maio, com quedas nos 10 dos últimos 12 meses. Com relação ao emprego, o índice desse setor apresentou queda para 48,6 pontos, segundo mês consecutivo com resultados negativos.

Os resultados negativos para a indústria em maio já indicam o efeito das chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul naquele mês. Adicionalmente, novas incertezas passaram a pairar na economia, como a deterioração das expectativas de inflação, levando o Banco Central a suspender as antes esperadas quedas na

taxa básica de juros. Entretanto, alguns fatores podem ter algum efeito positivo para a indústria. Os dados de renda, consumo e emprego ainda seguem fortes. Adicionalmente, a depreciação cambial (já em junho) e o aumento dos fretes internacionais devem encarecer muitos itens importados.