Vivemos um momento de transição em diversos aspectos e a preocupação mundial com a descarbonização é uma realidade que nossa indústria nacional precisa encarar, se adaptar e participar das mudanças. É uma preocupação para os grandes, médios e até pequenos industriais. Os produtos metalúrgicos representam um papel importante para o compromisso do país na redução de poluentes e devemos preparar nossa participação.

O processo de descarbonização abrange uma série de ações com objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, não é só uma tendência, mas uma necessidade para a garantia de um futuro sustentável. Para a indústria brasileira, em especial as pequenas e médias, essa transição pode ser desafiadora a curto prazo, mas a longo prazo é vantajosa.

A adaptação ao novo cenário não depende só de nós, mas também do governo, que precisa apoiar o investimento em pesquisa e desenvolvimento e, mais do que isso, demonstrar além da vontade política para promover ações incisivas e dar o suporte necessário.

No último mês o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) deu início à construção da Política Nacional de Descarbonização da Indústria (PNDI), com a meta de traçar estratégias para redução de gases de efeito estufa. O secretário de Indústria Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, afirmou a necessidade da política de descarbonização dos setores estar alinhada ao fortalecimento da indústria nacional e a notória urgência de um projeto voltado para a indústria do aço. Estamos atentos para ver a iniciativa chegar à realidade de nossas fábricas.

Junto a isso, o plano de trabalho do “HUB de Descarbonização Industrial do Brasil” como resultado do acordo de cooperação entre Brasil e Reino Unido, é uma mobilização de parceria para a descarbonização do setor industrial com a proposta de facilitar o intercâmbio entre parceiros bilaterais (nacionais e internacionais), fundos multilaterais, programas de assistência técnica, coalizões e iniciativas do setor privado e do governo brasileiro para apoiar a transição.

Pela Abimetal e o Sicetel já estamos fazendo nossa parte. Na última reunião apresentamos a estrutura do Senai que pode contribuir com nossa indústria processadora de aço e do Centro de Descarbonização. Formamos um grupo de trabalho que vai coordenar os trabalhos de levantamento do inventário da pegada de carbono nas indústrias dos nossos associados e a possibilidade de um programa direcionado para o nosso segmento.Precisamos avançar e, ao fazer esse caminho como parte de uma entidade representativa como a Abimetal é a escolha mais segura e eficiente para garantirmos a competitividade e o desenvolvimento do setor.

Precisamos avançar e, ao fazer esse caminho como parte de uma entidade representativa como a Abimetal é a escolha mais segura e eficiente para garantirmos a competitividade e o desenvolvimento do setor.

Os resultados da Produção Industrial Mensal – Produção Física Regional, divulgados pelo IBGE, apontam recuo na produção em 10 dos 15 locais pesquisados em maio, na comparação com o mês anterior (série com ajuste sazonal). Neste período, a produção industrial brasileira recuou 0,9%.

Destaque negativo foi o Rio Grande do Sul, com queda de 26,2% frente a abril, desempenho afetado pelas fortes chuvas que atingiram o estado. São Paulo também apresentou leve queda frente a abril: -0,2%.

Na comparação de maio de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, seis regiões amargaram quedas na produção industrial, enquanto o a indústria brasileira recuou 1,0% na mesma comparação. Entre os destaques negativos estão o Paraná (-2,1%), Minas Gerais (-5,0%) e Rio Grande do Sul (-22,7%). São Paulo, por sua vez, apresentou crescimento de 0,7%.

Apesar de alguns resultados negativos para maio, a produção nacional ainda cresce 2,5% na comparação do acumulado até maio de 2024 com os mesmos meses de 2023. Na avaliação regional, somente duas localidades não apresentaram crescimento.

Na comparação do acumulado de 12 meses até maio de 2024 em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, a produção brasileira cresceu 1,3%, sendo que quatro das 15 regiões apresentaram quedas nessa comparação.

O desempenho dos setores onde se incluem as indústrias processadoras de aço – metalurgia e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos – vem apresentando um desempenho mais fraco que a totalidade da indústria. Para o Brasil, a metalurgia e os produtos de metal recuaram 2,8% e 1,2% entre maio e abril deste ano (série dessazonalizada), respectivamente.

No acumulado do ano, a metalurgia recua 1,1%, enquanto os produtos de metal avançam 1,6%.

Na avaliação regional por setor, o IBGE não divulga os resultados dessazonalizados, portanto, não há comparação com o mês anterior. Na comparação de maio deste ano com o mesmo mês do ano passado, houve quedas 8 das 12 regiões com dados para a metalurgia e 5 das 10 para os produtos de metal. O Rio Grande do Sul teve quedas expressivas na produção. Usando a comparação anual, a metalurgia do estado recuou 48% e os produtos de metal variaram -25,3%.

Quanto ao estado de São Paulo, a metalurgia cresceu 1% na comparação maio de 2024 com o mesmo mês do ano anterior, enquanto os produtos de metal recuaram 1,7% nessa mesma comparação. No acumulado do ano, a metalurgia paulista ainda recua 0,4%, ao passo que os produtos de metal avançam 2,5%.

Apesar de um começo de ano com algumas notícias positivas para a indústria, o mês de maio apresentou os efeitos negativos das chuvas no Rio Grande do Sul. Estas que, inclusive, afetaram a produção em outros estados, via a interrupção do fornecimento de componentes, como autopeças para a indústria automobilística. O desempenho para o segundo semestre ainda é incerto. Algumas variáveis devem impulsionar o setor, como o mercado de trabalho aquecido e aumento da renda, enquanto outros fatores deverão contribuir negativamente, como a interrupção do corte da taxa básica de juros e incertezas com relação ao desempenho das contas públicas. O impacto das chuvas do Rio Grande do Sul sobre a atividade, por sua vez, pode ser menor que o inicialmente esperado. Algumas instituições, como bancos, chegaram a estimar uma redução de 0,2 a 0,3 pontos percentuais sobre o PIB de 2024. Dados recentes, entretanto, indicam rápida recuperação do estado, com o desembolso de recursos destinados à reconstrução.

O faturamento real da indústria de transformação, que inclui 21 setores, recuou 3,8 em maio de 2024 frente ao mês anterior, na série dessazonalizada, de acordo com os Indicadores Industriais reportados pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI). Também houve recuos de 2,3% e 1,2% nas horas trabalhadas na produção e rendimento médio, respectivamente. Os dados de emprego, por sua vez, indicam estabilidade.

Na comparação de maio com o mesmo mês de 2023, o faturamento real caiu 2,8%. A entidade atribuiu parte deste desempenho negativo ao efeito das enchentes no Rio Grande do Sul. O setor automotivo foi especialmente afetado, tanto pelas interrupções das cadeias produtivas decorrentes das chuvas, quanto de algumas greves de trabalhadores.

Apesar do resultado fraco de maio, o faturamento indústria de transformação ainda cresce 1,2% no acumulado do ano até maio, em relação aos cinco primeiros meses de 2023. No acumulado de 12 meses, o faturamento indústria de transformação ainda recua 2,3%.

As variáveis relacionadas à renda e emprego da indústria de transformação ainda se mantém em território positivo no ano. O emprego avança 1,5%, a massa salarial real 4,4% e o rendimento médio, 2,9%.

Para os setores processadores de aço defendidos pela Abimetal-Sicetel, o mês de maio apresentou resultados ambíguos. O faturamento real da metalurgia caiu 4% em maio, na comparação com o mesmo mês de 2023. Este resultado segue um mês de abril cresceu 14,7% frente ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, o faturamento da metalurgia ainda recua 2,5%. No acumulado de 12 meses, o desempenho da metalurgia é ainda pior, com queda de 10,2% no faturamento real.

Em contrapartida, o setor produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) vem apresentando desempenho mais favorável neste ano. O faturamento cresceu 7,2% em maio comparado a igual mês de 2023. No acumulado até maio, o crescimento desta variável é de 7,3% e no acumulado de 12 meses, 0,7%.

Com relação ao emprego, a metalurgia recuou 4,1% e 3,3% nas comparações de abril e do acumulado janeiro a maio de 2024, em relação aos mesmos períodos de 2023, respectivamente. Os produtos de metal tiveram melhor desempenho para essas duas comparações, com avanços de 2,3% e 5,0%, respectivamente.

Os dados de Utilização de Capacidade Instalada (UCI) indicam recuo na metalurgia de 74% em abril para 65,6% em maio. Este patamar é inferior ao verificado em maio de 2023 (67,6%). Para os produtos de metal, o UCI manteve estabilidade em 79,8% em maio, com relação a abril. Trata-se de um patamar superior aos 77,8% verificados para maio de 2023.