O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), elaborado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) apresentou resultados positivos em setembro de 2024 para a indústria, com avanço em 21 das 29 categorias, queda em sete e estabilidade em um setor. As indústrias processadoras de metal defendidas pela Abimetal-Sicetel, inseridas na metalurgia e produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) estão inclusas no grupo com avanço. Os índices são construídos de forma que valores superiores a 50 indicam otimismo e abaixo deste patamar, pessimismo. O índice se divide, por sua vez, em dois componentes: condições atuais e expectativas.
A indústria geral saltou de 51,7 pontos em agosto para 53,3 em setembro. Nesta mesma comparação, os seus três componentes avançaram: a indústria de construção avançou de 51,3 para 53,3, a extrativa de 53,6 para 57,3 e a transformação de 52,4 para 53,7 pontos.
Analisando-se as categorias da indústria de transformação, 19 dos 25 setores apresentaram aumentos nos índices para agosto, sendo que 23 se encontram em campo otimista. Em agosto, 18 setores estavam otimistas.
As categorias em que se incluem os processadores de aço defendidos pela Abimetal-Sicetel apresentaram melhora de seus índices, sendo um dos seis setores que saíram de patamar pessimista para otimista. A metalurgia avançou de 48,7 para 53,3 na passagem de agosto para setembro. A categoria produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) subiu de 49,6 para 51,2 nessa mesa comparação. Estes dois setores retornam ao patamar de otimismo após três meses com indicadores inferiores aos 50 pontos.
Quando avaliamos os componentes dos índices, verificamos que são as expectativas as responsáveis pelos índices dos setores processadores de aço para território otimista. Este componente saiu de 51,6 para 55,9 e 52,6 para 52,8 para a metalurgia e os produtos de metal, respectivamente, entre agosto e setembro.
Entretanto, os indicadores para as condições atuais são mais desfavoráveis, com ambos os setores ainda em território pessimista, apesar da recente melhora. A metalurgia passou de 43 para 48,2 enquanto os produtos de metal de 43,7 para 47,9 pontos. As condições atuais também retratam um presente mais desfavorável para a indústria que o índice completo, com 18 dos 25 setores da indústria detransformação, a construção (48,8) e a indústria geral (49) ainda em território pessimista, apesar de avanços desde julho.
Os resultados para setembro são um indicativo de continuidade da melhora na atividade industrial verificada na pesquisa Sondagem Industrial, também a cargo da CNI. Nesta última, a produção avançou em julho e agosto tanto para a indústria geral quanto para os setores processadores de aço. Esta melhora ocorre num contexto de crescimento da economia brasileira mais forte que o esperado, com o mais recente Relatório Focus (20 de setembro de 2024), prevendo expansão de 3,0% este ano.
Mais especificamente para os processadores de aço, esta melhora é bem-vinda, mas o setor ainda sofre com a forte entrada de produtos importados, especialmente da China. Um levantamento da Abimetal-Sicetel com as NCMs englobando produtos das empresas associadas indicam expansão de 26,2% do volume importado no período de janeiro a agosto de 2024, comparado a similar período de 2023. O crescimento das importações chinesas, por sua vez, foi ainda mais forte: 34%. O país asiático já é responsável por mais de 57% do volume importado de produtos do setor. O forte crescimento de importações chinesas tende a se manter, tendo em vista a desaceleração da economia daquele país e a queda de preços dos produtos siderúrgicos.