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Importações seguem em alta e acendem alerta para a indústria do aço, mostra novo relatório da Abimetal-Sicetel

Análise do economista André revela crescimento expressivo nas compras externas e reforça a importância das tarifas para proteger a produção nacional.

O primeiro trimestre de 2025 encerrou com um dado preocupante para as indústrias processadoras de aço no Brasil: as importações cresceram 30,7% em volume e 14,8% em valor, em relação ao mesmo período do ano anterior. É o que mostra o novo Relatório de Importações da Abimetal-Sicetel, elaborado pelo economista da entidade, André Cattaruzzi, e agora disponível para download.

Entre os destaques, está o avanço contínuo da China, que sozinha respondeu por 62,2% de todo o volume importado no período. O aumento de 35,6% nas importações chinesas reflete não só a busca do país por novos mercados, mas também a fragilidade do Brasil em frear a entrada de produtos com preços inferiores à média do mercado. E por falar nisso, o preço médio do aço importado da China, inclusive, caiu de US$ 1,41 para US$ 1,29/kg — redução de 12,1% —, enquanto o preço médio total caiu 9,4%.

“Esse comportamento mostra que, mesmo com a elevação de tarifas para determinados produtos, ainda enfrentamos um volume de importações excessivo e concentrado. E isso exige ação coordenada entre setor produtivo e governo”, avalia Cattaruzzi,.

O relatório traz dados detalhados sobre tiras, barras, perfis, arames, telas, cabos de aço e pregos, com destaque para os produtos do Sicetel que tiveram alíquota de importação elevada para 25% em novembro de 2024. Apesar da medida, ainda se observa um volume significativo de entrada desses produtos, com quedas pontuais de preço e aumento na participação chinesa, o que reforça a necessidade de ampliar a fiscalização e considerar novas ferramentas de defesa comercial.

“A análise dos NCMs impactados pelas tarifas mostra que, mesmo quando há queda nas compras, o efeito é desigual. Produtos como a tela soldada galvanizada, por exemplo, registraram aumento de 35,1% nas importações da China apenas no primeiro trimestre deste ano”, destaca o economista.

Além das estatísticas de comércio exterior, o documento também traz um comparativo de preços de insumos, além de um panorama sobre as tarifas de aço e alumínio impostas pelos EUA, que impactam diretamente a dinâmica global de mercado e podem influenciar o comportamento de grandes exportadores asiáticos no Brasil.


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