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O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), elaborado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) apresentou recuo da confiança em 18 dos 29 setores da indústria analisados no mês de outubro de 2024. Os dois setores nos quais se inserem as indústrias processadoras de aço (metalurgia e produtos de metal – exceto máquinas e equipamentos) apresentaram comportamentos divergentes. A metalurgia apresentou recuo da confiança, enquanto os produtos de metal tiveram melhora nesse indicador. Os índices são construídos de forma que valores superiores a 50 indicam otimismo e abaixo deste patamar, pessimismo. O índice se divide, por sua vez, em dois componentes: condições atuais e expectativas.

A indústria geral caiu levemente, de 53,3 em setembro para 52,2 em outubro. Nesta mesma comparação, dois de seus três componentes avançaram: a indústria extrativa recuou de 57,3 para 54,6, enquanto a de transformação de 53,7 para 52,9. O terceiro componente, indústria da construção, avançou de 53,3 para 54,5.

Analisando-se as categorias da indústria de transformação, 16 dos 25 setores apresentaram quedas nos índices em outubro, sendo que 20 se encontram em campo otimista, contra 23 em setembro.

As categorias em que se incluem os processadores de aço (inclusos na indústria de transformação) defendidos pela Abimetal-Sicetel apresentaram comportamentos divergentes. A metalurgia recou de 53,3 em setembro para 52 em outubro. A categoria produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) avançou de 51,2 para 54 no mesmo período. Apesar da queda na metalurgia, os dois setores se encontram em território otimista.

Ao investigar as aberturas dos índices, podemos ver que a razão do otimismo decorre do componente das expectativas. Estes apresentam valores mais elevados que os índices de condições atuais. Os índices de expectativas da metalurgia variaram entre setembro e outubro de 55,9 para 55, enquanto dos produtos de metal, saíram de 52,8 para 56,9.

O efeito das expectativas traz um quadro muito mais otimista dos setores processadores que o verificado nas condições atuais, que traz um quadro mais condizente com as dificuldades do setor. Este último índice variou de 48,2 para 46,1 para a metalurgia entre setembro e outubro; para os produtos de metal, houve melhora de 47,9 para 49,3. O pessimismo de ambos os setores com relação às condições atuais se mantém desde janeiro de 2023.

Estes setores vêm sofrendo com a forte entrada de produtos importados, especialmente da China. Com relação aos produtos defendidos pela Abimetal-Sicetel, foram importadas 520.600 toneladas de janeiro a setembro de 2024, um aumento de 23,6% em relação ao mesmo período de 2023. O país asiático vem ganhando espaço, saindo de 54,6% de participação em 2023 (até setembro) para 57,2% em 2024. Esta tendência tende a se manter, em decorrência da desaceleração econômica daquele país (necessidade de desova do excesso de capacidade via exportações) e fechamento de outros mercados aos produtos chineses.