Produção de setores processadores de Aço caiu em agosto, de acordo com IBGE
Publicado em 03/10/2024A produção dos setores que incluem as indústrias processadoras de aço, a metalurgia e os produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos) recuou 2,5% e 4%, respectivamente, em agosto de 2024, na comparação com o mês anterior (série com ajuste sazonal). Os resultados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), conduzida pelo IBGE. Estas quedas ocorrem após crescimento forte em julho: 2,5% e 8,4%, respectivamente (dados revisados).
Na comparação de agosto de 2024 em relação ao mesmo mês de 2023, a produção da metalurgia cresceu 2,6% e os produtos de metal, 7,6%. No acumulado do ano (janeiro a agosto de 2024 ante mesmo período de 2023), o crescimento destes setores é positivo: 0,4% e 3,7%, respectivamente. No acumulado de 12 meses, enquanto os produtos de metal ainda apresentam resultado positivo (1,1%), a metalurgia opera em terreno negativo (-0,6%).
O desempenho da indústria geral também foi decepcionante em agosto, com crescimento de 0,1%, em relação a julho. O resultado levemente positivo decorreu do desempenho das indústrias extrativas (1,1%), enquanto a indústrias de transformação retraiu 0,3%. No acumulado do ano, estas três categorias operam em terreno positivo: 3% para a indústria geral, 2,3% para a extrativa e 3,2% para as de transformação. Importante destacar que este resultado positivo não implica desempenho satisfatório, pois a base de comparação (ano de 2023) é baixa, com crescimento da produção da indústria geral de somente 0,1% no ano passado.
O resultado negativo da indústria de transformação de agosto foi disseminado, com quedas em 18 dos 24 setores (incluem a metalurgia e os produtos de metal). No acumulado do ano, o quadro é positivo, com crescimento em 18 setores.
Os resultados mais recentes da PIM-PF evidenciam as dificuldades experimentadas pela indústria, especialmente a de transformação. Entre os destaques negativos estão os setores das indústrias processadoras de aço, que continuam a apresentar fraco desempenho no longo prazo ao apresentar crescimento no acumulado de 12 meses inferior ao total da indústria de transformação. Estes setores vêm sofrendo com a forte entrada de produtos importados, especialmente da China. Se as condições atuais persistirem, este processo não deve se reverter, dado que o canal das exportações é a principal alternativa para escoar a produção chinesa, especialmente diante da desaceleração econômica do país asiático.