Economia

Os resultados da pesquisa Sondagem Industrial da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) para setembro de 2024 apontam recuo da produção da indústria geral (transformação e extrativa) em setembro frente a agosto, de forma disseminada, inclusive com queda na metalurgia. O setor de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos), por sua vez, apresentou leve crescimento no período.

O índice de evolução da produção industrial (indústria de transformação e extrativa) recuou para 48,8 pontos em setembro, território de retração. Os índices usados para mensurar o desempenho são construídos de maneira que valores acima de 50 pontos indicam aumento em relação ao mês anterior, valores abaixo de 50 indicam retração. Quanto mais distante de 50, mais intensa é a variação do indicador. Esta queda na produção veio após dois meses seguidos de crescimento.

A Utilização da Capacidade Instalada da indústria geral manteve o patamar de 72% pelo segundo mês seguido. O índice do número de empregados avançou, de 50,7 em agosto para 51,1 em setembro, indicando expansão da mão-de-obra, mesmo num mês com contração da produção. Trata-se do terceiro mês seguido de aumento do emprego industrial.

No corte regional, houve contração em quatro das cinco regiões. Somente o Centro-Oeste registrou estabilidade. As quatro regiões com contração vinham de dois meses seguidos de expansão. Na avaliação por porte de empresa, as três categorias (pequena, média e grande) apresentaram indicadores refletindo contração da produção em setembro.

Após o final de cada trimestre a CNI inclui os resultados da pesquisa sobre os principais problemas apontados pelos empresários industriais pesquisados. A carga tributária permanece como o principal problema no terceiro trimestre, apontada por 33,6% dos respondentes, seguido por falta ou alto custo de matéria-prima (24,9%) e falta ou alto custo do trabalhador qualificado (23%). A falta de demanda interna, que havia sido a segunda maior preocupação no segundo trimestre, passou para quarto lugar.

Setores Processadores de Aço

Os setores processadores de aço, defendidos pela Abimetal-Sicetel, estão inclusos em duas categorias da indústria: metalurgia e fabricação de produtos de metal (exceto máquinas e equipamentos). Estes apresentaram comportamento divergente. A metalurgia sofreu forte queda na produção, ao registrar 46,5 pontos. Este resultado ocorre após dois meses de expansão. Os produtos de metal, que

vinham de um mês de forte expansão em agosto (53 pontos), registraram leve crescimento em setembro (50,6 pontos).

Com relação ao emprego, a metalurgia registrou 49,5 pontos, valor inferior ao limiar de 50 pelo quinto mês seguido. O indicador de emprego para os produtos de metal apresenta um quadro mais favorável, atingindo 52,2 em setembro, após registrar estabilidade em agosto.

As expectativas são medidas por indicadores com índices que variam de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 indicam expectativa de crescimento e abaixo desse limite, expectativa de queda. Para os dois setores processadores de aço, as expectativas de demanda e de empregados permanecem acima de 50 em outubro. Entretanto, alguns indicadores refletem cautela. A expectativa de investimento está em território positivo para os produtos de metal (52,8), mas negativo para a metalurgia (48). Este último resultado reflete as dificuldades enfrentadas pelo setor e a falta de perspectiva de melhora suficiente para estimular investimentos.

Sobre a facilidade de acesso ao crédito (indicador trimestral), houve melhora no terceiro trimestre, com a metalurgia registrando 44,4 pontos e os produtos de metal 41,4, contra 39,4 e 35 no segundo trimestre, respectivamente. Apesar da melhora dos indicadores, estes ainda se encontram abaixo dos 50 pontos, refletindo a dificuldade de acesso ao crédito.