Opinião

O mês de dezembro é um momento oportuno para refletir sobre como se desenvolveu o ano inteiro e o que pode ser melhorado para o próximo ciclo. Nessa análise em relação a Abimetal e ao Sicetel, resolvi compartilhar nossas iniciativas e um panorama geral em relação ao que ocorreu e impacta em nossas atividades.

Entendo que seja importante, como representante das duas entidades, participar de ações, atividades, discussões e fóruns que possam ser apresentados nossos pleitos ou que as indústrias processadoras de aço precisam ter representatividades, e, com esse objetivo, desenvolvemos um trabalho contínuo e estratégico ao longo do ano.

Veja nesse texto, uma pequena “retrospectiva” de como foi o nosso 2024.

Legado: este ano tivemos o privilégio de comemorar 90 anos do Sicetel. São nove décadas de atuação em defesa da indústria processadora do aço e em prol do desenvolvimento do país por meio da representatividade e de ações que contribuem para competitividade, inovação e igualdade de condições.

Internacional: tivemos participação direta da cerimônia de abertura do fórum B20, braço empresarial do G20 que está sob a presidência do Brasil, e participação durante todo o ano na força-tarefa desenvolvida para o Comércio e Investimento atuando em prol do desenvolvimento da indústria e para promover o setor dentro desse cenário internacional.

Na missão da FIEMG à Alemanha, tivemos a oportunidade de estabelecer contatos com empresas, participar de eventos para ampliar o networking com empresários e associações do país europeu, além de conhecer novas tecnologias e divulgar nosso setor.

Associadas: em março, tivemos uma importante conquista com a concessão da liminar que desobrigou todas as nossas associadas a divulgar o relatório de transparência e igualdade salarial, medida essa que cumpre o descrito pela LGPD, o que foi referendado em sentença favorável, que ainda cabe recurso, agora em novembro.

Esse ano, voltamos com toda força com a ministração de cursos e programas de capacitação que, com um valor acessível e profissionais experientes, contribuem para nossas associadas terem as melhores oportunidades de capacitação de seus colaboradores, além de proporcionar palestras gratuitas, dentro das empresas, com diversos temas a escolher.

Defesa Comercial: alertamos sobre a ausência de certificação do Inmetro no lote 218 do edital da Receita Federal, por isso foi solicitada a suspensão do leilão dos kits de transmissão até que fosse comprovada a conformidade de acordo com as normas de certificação.

Uma ação da Abimetal contribuiu para a destruição, pela Receita Federal, de mais de 12 mil kits de transmissão sem certificação do Inmetro, material apreendido durante uma operação em São Gonçalo do Amarante.

Representatividade: ao assumir a presidência do Conselho Consultivo de Metalurgia e Indústrias de Acessórios do SENAI-SP, com mandato até março de 2026, tenho a oportunidade de trazer uma série de conexões, demandas e pautas que vão beneficiar nossas associadas e, consequentemente, todo o setor do aço.

Além disso, ainda pude contribuir com uma matéria que saiu no Valor Econômico sobre os desafios que nossa indústria siderúrgica enfrenta nos últimos anos com a entrada de produtos chineses sem precedentes. Em minha entrevista, esclareci que “o nosso grande problema não é falta de competitividade industrial, mas sim as condições impostas pelo mercado internacional e pelo custo Brasil.”

Ainda, visando aumentar nosso quadro associativo e nossa representatividade estamos trazendo para o nosso grupo as empresas quem compõe o Instituto Solda Brasil e o Instituto Brasileiro de Telas Soldas.

Economia: Como informação privilegiada e benefícios diretos aos nossos associados, criamos o Panorama Econômico para facilitar a análise mensal dos setores de metalurgia e produtos de metal, defendidos pela Abimetal/Sicetel, que têm enfrentado desafios e ainda.

E, pensando em termos de economia, apesar do ano de 2024 estar sendo marcado por um desempenho positivo para a economia brasileira, após registrar crescimento de 3,2% em 2023, (valor atualizado em dezembro de 2024), entretanto ainda não estamos enxergando o reflexo disso para o aumento da produtividade, embora a produção da indústria de transformação tenha crescido 3,8% no acumulado do ano até outubro, para o setor processador de aço, situado nas categorias metalurgia e produtos de metal – exceto máquinas e equipamentos, o crescimento no ano foi de 1,8% e 4,7%, respectivamente: ainda está distante de seus máximos históricos em que a metalurgia atingiu sua produção máxima em julho de 2008, com patamar atual 21% inferior àquele período. A categoria dos produtos de metal teve seu pico em maio de 2011 e produz atualmente 35% menos.

Parte das agruras enfrentadas pelo setor processador de aço decorre da forte entrada de importações, notavelmente da China. No acumulado do ano (até outubro), o volume importado dos itens defendidos pela Abimetal e o Sicetel supera 585 mil toneladas, crescimento de 24,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A China vem ganhando espaço: em 2023, o país asiático foi origem de 55,8% do volume, enquanto em 2024, sua participação.

Com esse pequeno histórico da Abimetal e do Sicetel encerro essa análise crendo que é preciso entrar com as energias renovadas em 2025 para darmos continuidade a um trabalho essencial para a representatividade e que o setor precisa dessa representatividade para enfrentar tantos desafios que temos encontrados nos últimos anos.